segunda-feira, abril 03, 2006

Muito Sábio.


Há quem procure lugares de retiro no campo, na praia, na montanha; e acontece-te também desejar estas coisas em grau subido. Mas tudo isto revela uma grande simplicidade de espírito, porque podemos, sempre que assim o quisermos, encontrar retiro em nós mesmos. Em parte alguma se encontra lugar mais tranquilo, mais isento de arruídos, que na alma, sobretudo quando se tem dentro dela aqueles bens sobre que basta inclinar-se para que logo se recobre toda a liberdade de espírito, e por liberdade de espírito, outra coisa não quero dizer que o estado de uma alma bem ordenada. Assegura-te constantemente um tal retiro e renova-te nele. Nele encontrarás essas máximas concisas e essenciais; uma vez encontradas dissolverão o tédio e logo te hão-de restituir curado de irritações ao ambiente a que regressas.
Marco Aurélio (Imperador Romano), in 'Pensamentos'

quarta-feira, março 15, 2006

E tudo mudou !



E tudo E tudo mudou...
O rouge virou blush
O pó-de-arroz virou pó-compacto
O brilho virou gloss
O rímel virou máscara incolor
A Lycra virou stretch
Anabela virou plataforma
O corpete virou porta-seios
Que virou sutiã
Que virou lib
Que virou silicone
A peruca virou aplique, interlace, megahair, alongamento
A escova virou chapinha
"Problemas de moça" viraram TPM
Confete virou MM
A crise de nervos virou estresse
A chita virou viscose.
A purpurina virou gliter
A brilhantina virou mousse
Os halteres viraram bomba
A ergométrica virou spinning
A tanga virou fio dental
E o fio d ental virou anti-séptico bucal
Ninguém mais vê...
Ping-Pong virou Babaloo
O a-la-carte virou self-service
A tristeza, depressão
O espaguete virou Miojo pronto
A paquera virou pegação
A gafieira virou dança de salão
O que era praça virou shopping
A areia virou ringue
A caneta virou teclado
O long play virou CD
A fita de vídeo é DVD
O CD já é MP3
É um filho onde éramos seis
O álbum de fotos agora é mostrado por email
O namoro agora é virtual
A cantada virou torpedo
E do "não" não se tem medo
O break virou street
O samba, pagode
O carnaval de rua virou Sapucaí
O folclore brasileiro, halloween
O piano agora é teclado, também
O forró de sanfona ficou eletrônico
Fortificante não é mais Biotônico
Bicicleta virou Bis
Polícia e ladrão virou counter strike
Folhetins são novelas de TV
Fauna e flora a desaparecer
Lobato virou Paulo Coelho
Caetano virou um chato
Chico sumiu da FM e TV
Baby se converteu
RPM desapareceu
Elis ressuscitou em Maria Rita?
Gal virou fênix
Raul e Renato,
Cássia e Cazuza,
Lennon e Elvis,
Todos anjos
Agora só tocam lira...
A AIDS virou gripe
A bala antes encontrada agora é perdida
A violência está coisa maldita!
A maconha é calmante
O professor é agora o facilitador
As lições já não importam mais
A guerra superou a paz
E a sociedade ficou incapaz...
... De tudo.
Inclusive de notar essas diferenças. mudou...

sexta-feira, março 10, 2006

Fragmentos


FRAGMENTOS
Amo dias nublados, cheiro de grama molhada, madrugada, noites silenciosas, ver o nascer e morrer das ondas quebrando-se na beira da praia, pôr-do-sol, serra, clima frio, árvores de troncos e copas altas.
Transito bem pelo mundo dos contos de fadas ou qualquer coisa que afine a imaginação.
Faço das letras minha tela; esparramo tinta nas palavras e mergulho nas imagens que vão nascendo despudoradamente.
Esse blog pode ser de qualquer coisa que me dê na telha, tudo misturado mesmo: sou filha de NETUNO.
Carioca, nasci no dia 17 de março, gosto de autores como Clarice Lispector, Lygia Fagundes Telles, Virgínia Woolf, Cecília Meirelles, Manoel de Barros, Raduan Nassar.
Gosto de pessoas que têm olhos de poetas.
Tenho sol em Peixes, ascendente e a lua no signo de Áries, o que resulta numa "água borbulhante". Sensível, extremamente emotiva, sonhadora, idealista, intuitiva, como são as criaturas nascidas sob o signo de peixes, mas bastante impulsiva, às vezes arisca, autoritária e ansiosa, como os filhos de Marte. Acima de tudo, posso dizer que dentro de mim há gente demais : um mundo inteiro.

terça-feira, março 07, 2006

Grandes significados


GRANDES SIGNIFICADOS."Solidão é uma ilha com saudade de barco. Saudade é quando o momento tenta fugir da lembrança para acontecer de novo e não consegue. Lembrança é quando, mesmo sem autorização, seu pensamento reapresenta um capítulo. Pouco é menos da metade. Muito é quando os dedos da mão não são suficientes. Angústia é um nó muito apertado bem no meio do sossego. Preocupação é uma cola que não deixa o que ainda não aconteceu sair de seu pensamento. Certeza é quando a idéia cansa de procurar e pára. Intuição é quando seu coração dá um pulinho no futuro e volta rápido. Sucesso é quando você faz o que sempre fez só que todo mundo percebe. Vergonha é um pano preto que você quer pra se cobrir naquela hora. Ansiedade é quando sempre faltam 5 minutos para o que quer que seja. Sentimento é a língua que o coração usa quando precisa mandar algum recado. Raiva é quando o cachorro que mora em você mostra os dentes. Tristeza é uma mão gigante que aperta seu coração. Felicidade é um agora que não tem pressa nenhuma. Desilusão é quando anoitece em você contra a vontade do dia. Desculpa é uma frase que pretende ser um beijo. Razão é quando o cuidado aproveita que a emoção está dormindo e assume o mandato. Ainda é quando a vontade está no meio do caminho. Paixão é quando apesar da palavra "perigo" o desejo chega e entra... Amor é quando a paixão não tem outro compromisso marcado. Não. Amor é um exagero... Também não. É um "desaforo"... Uma batelada? Um exame, um dilúvio, um mundaréu, uma insanidade, um destempero, um despropósito, um descontrole, uma necessidade, um desapego? Talvez porque não tivesse sentido, talvez porque não houvesse explicação, esse negócio de amor não sei explicar."

sexta-feira, março 03, 2006

MIL PERDÕES


Mil Perdões

(Chico Buarque)

Te perdôo
Por fazeres mil perguntas
Que em vidas que andam juntas
Ninguém faz
Te perdôo
Por pedires perdão
Por me amares demais

Te perdôo
Te perdôo por ligares
Pra todos os lugares
De onde eu vim
Te perdôo
Por ergueres a mão
Por bateres em mim

Te perdôo
Quando anseio pelo instante de sair
E rodar exuberante
E me perder de ti
Te perdôo
Por quereres me ver
Aprendendo a mentir (te mentir, te mentir)

Te perdôo
Por contares minhas horas
Nas minhas demoras por aí
Te perdôo
Te perdôo porque choras
Quando eu choro de rir
Te perdôo
Por te trair

sexta-feira, fevereiro 24, 2006


Nos momentos de tristezas, lembra-te de mim; pois em memória eu estarei contigo. Nos momentos de angústia e solidão, lembra-te de mim; que mesmo distante, choro contigo. Nos momentos de solidão, lembra-te de mim; pois mesmo distante, te farei companhia. Nos momentos de dor e desespero, lembra-te de mim; que mesmo distante afogo-me em teus pensamentos. Nos momentos de fracasso e desilusão, lembra-te de mim; pois, mesmo distante, junto a ti eu estarei, para ajudar-te a carregar teu fardo que perante as tuas forças foi dedicado.EM TODOS OS MOMENTOS ESTAREI CONTIGO. E, se nos momentos de alegria, felicidade e realizações; se nos encontros inesquecíveis, não lembrares de mim, não tem importância! Pois os amigos são para as horas difíceis. Se choro contigo hoje é porque gosto de você e para gostar não existem exigências. Se hoje o teu riso fez com que esquecestes de mim, tenha a certeza de que nos momentos de angústia não lhe faltará a amizade que sempre deu-te apoio e que sempre estará contigo. Eu já disse hoje que te adoro? Pois eu te adoro

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

Quando acordares.......


Quando acordares é bom que saibas que essas coisas valem a pena na vida...e são as que ficam...um dia na chuva, um beijo...um vento que dá a brisa no calor...uma fuga prá um mundo distante onde a gente é feliz nem que seja por pouco, mas que seja bom...Que pensar em outra pessoa com carinho nos faz sermos menos sozinho, faz querer viver mais um pouquinho, nem que seja prá lembrar. Que o mal e o bem andam de mãos dadas na vida, que as escolhas que a gente faz são únicas...arrependimentos não podem existir porque a vida é prá frente, é de golfada em golfada de ar e não somos super homem prá fazer o mundo girar ao contrário e voltar o tempo...a existência da gente é marcada pelos sorrisos apenas, pelos momentos em que fomos loucos e felizes...não guardamos na memória da dor...a dor é prá ser colocada num baú e lguardada no porão e se carrega numa possível mudança, pois sempre é bom ter onde guardar a dor, mas que não se precise abrir nunca mais o baú dos espantos e medos.
Permitir na vida da gente que uma outra pessoa se aproxime e que nessa próxima estada nos toque, o corpo e quem sabe a alma, é a coisa mais pura e mais simples e mais verdadeira que se pode fazer na vida...o resto é sobrevivência...jogo de espelhos...tempo que passa...e a gente acha que o resto que é importante, porque as pessoas que a gente toca na alma geralmente são poucas, até porque nossa alma é um suspiro pálido que se guarda num castelo frio como um fantasma...mas a alma é quente, é boca molhada, é coragem de dizer "te quero"...a alma é colorida, é da cor da pele da gente, é da cor que fica o olho da gente quando brilha ...a alma é aquilo que a gente descobre que tem por dentro quando desperta prá vida, quando o corpo te leva leve aos lugares certos, quando viver é mais que pisar duro no chão e empunhar uma espada matando um leão por dia...achamos que somos guerreiros...que a espada vai proteger e dar honra e glória...mas a felicidade é a borboletinha que passa...frágil e pequena e não vemos...nem notamos...porque quer desafios maiores.
Hoje quando acordares, quero que saibas que quando te olhei vi a tua alma olhando prá minha, dando um sorriso, fui então tambem capaz de sorrir na minha alma perdida nas batalhas duras do dia a dia ...e amansei minha guerreira e sua espada e permiti que os leões descansassem e até esqueci onde havia guardado a chave daquele baú dos espantos e medos e dores da vida...tua alma...tua vontade, tua verdadeira pele de lobo ou de cordeiro, teu guerreiro que luta, a cor do teu olho quando brilha...como que as almas vão se arrepender de poderem ter olhado o mundo e respirado num momento de trégua?
Hoje, quando acordares, quero que saibas que quando uma pessoa toca a outra, se for na alma, a gente não vai esquecer nunca...é algo mágico, que fica marcado na pele e na energia ... é quando os pontos energéticos, os chackras se alinham e a gente vira uma pilha sem quase perceber...e isso pode nos carregar de coisas boas ou não...por isso as almas precisam saber um pouco de eletricidade...prá descobrir quando solta faísca, quando se pode ser capaz de dizer..."tive vontade de te agarrar "...hoje, já sabes...fomos um pouquinho mais alma do que de costume...amanhã tem a vida e os leões de sempre...mas afinal...somos guerreiros...capazes de enxergar a alma e isso que importa.paz indescritível...e a sensação de que a vida começa, recomeça, a vida não cessa...e que viver é bom.
Um beijo no teu coração.

sexta-feira, fevereiro 03, 2006

AMOR.

Sentimentalmente... ah, sentimentalmente... Fingia que não, mas passei a vida procurando por ele. E quando o encontrei, no primeiro dia, não tive dúvidas de que seria ele. E foi. E é. É por ele que meu coração bate forte todos os dias quando acordo ou vou dormir e o vejo deitado ao meu lado. É por ele que passo os dias com um sorriso besta no meio da cara, lembrando de uma gracinha qualquer que ele tenha dito. É por ele que me permito ficar triste algumas vezes, porque sei que naquele colo eu posso me afogar e que de lá voltarei mais forte. É por ele que me sinto amada, cuidada, querida.

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

UM INDIO

Um índio
Caetano Veloso

Um índio descerá de uma estrela colorida, brilhante
De uma estrela que virá numa velocidade estonteante
E pousará no coração do hemisfério sul
Na América, num claro instante
Depois de exterminada a última nação indígena
E o espírito dos pássaros das fontes de água límpida
Mais avançado que a mais avançada das mais avançadas das tecnologias
Virá
Impávido que nem Muhammad Ali
Virá que eu vi
Apaixonadamente como Peri
Virá que eu vi
Tranqüilo e infálivel como Bruce Lee
Virá que eu vi
O axé do afoxé Filhos de Gandhi
Virá
Um índio preservado em pleno corpo físico
Em todo sólido, todo gás e todo líquido
Em átomos, palavras, alma, cor
Em gesto, em cheiro, em sombra, em luz, em som magnífico
Num ponto equidistante entre o Atlântico e o Pacífico
Do objeto-sim resplandecente descerá o índio
E as coisas que eu sei que ele dirá, fará
Não sei dizer assim de um modo explícito
ViráImpávido que nem Muhammad Ali
Virá que eu vi
Apaixonadamente como Peri
Virá que eu vi
Tranqüilo e infálivel como Bruce Lee
Virá que eu vi
O axé do afoxé Filhos de Gandhi
Virá
E aquilo que nesse momento se revelará aos povos
Surpreenderá a todos não por ser exótico
Mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto
Quando terá sido o óbvio