quinta-feira, dezembro 29, 2011

Rodeios: crueldade que precisa ter fim!

Fim dos rodeios, isso sim é necessário.


O homem é um animal que sente prazer na crueldade contra seus semelhantes. As crucificações, as arenas romanas, as fogueiras, as câmaras de tortura, os enforcamentos públicos, os linchamentos, os apedrejamentos são exemplos históricos dessa verdade vergonhosa.


Ao contrário dos outros animais que agem e reagem por defesa, o Homem não precisa de motivo justificável para ser agressivo e cruel. E se é capaz de torturar e matar um semelhante (mesmo que justifique com a fé ou com questões de ordem pública), quanto mais cruel pode ser em relação a outros animais, estes incapazes de se defenderem
Uma das práticas de crueldade humana contra animais são os Rodeios. Por mais que se diga que estes eventos modificaram regras e impuseram outras para evitar ou aliviar o sofrimento causado aos animais, ainda estão longe de serem aceitáveis. A prática dos Rodeios não tem meios de amenizar ou evitar o sofrimento, a dor e a morte. É preciso pôr fim aos Rodeios!
 As técnicas utilizadas nas competições produzem não apenas sofrimentos físicos, mas emocional e psicológicos. Segundo a opinião da Dra. Irvênia Prada, da USP, "não ocorre apenas a 'sensação' de dor orgânica, como também o sofrimento mental, emocional, porque os animais se sentem ameaçados e perseguidos" (fonte: http://www.arcabrasil.org.br). Os animais se estressam desde a baldeação, confundem-se no tumulto das arenas e das luzes. Algumas técnicas, como a "laçada de bezerro", podem ocasionar a ruptura da medula espinhal, a ruptura de diversos órgãos internos ou ainda a morte agonizante ou mesmo instantânea. Muitos dos instrumentos usados nas apresentações e nos bastidores ferem os animais e/ou os deixam estressados: sedém ou sedenho, esporas, sinetas, agulhas, objetos pontiagudos, choques elétricos, tudo isso serve para estimular o animal a reagir com agressividade e desespero, o que dá a tal "emoção" ao espetáculo. Não bastasse isso, os animais doentes ou machucados ("imprestáveis" ao Circo de Horror) acabam sacrificados sem garantias de forma indolor.

Testes feitos nos EUA demonstram que animais dóceis submetidos a instrumentos utilizados em Rodeios tornaram-se agressivos, como no uso da cinta presa aos testículos (ocasionando dor intensa e lesões internas e externas).
Conhecendo essa situação, difícil conceber a idéia (sem apelar à crueldade inerente ao Homem) de que pais levem seus filhos a esses Circos de Horror, porque é inimaginável que nos tempos atuais se tolere a diversão obtida pela imposição do sofrimento físico e psicológico a animais indefesos. Inadmissível que autoridades públicas deem permissão ou elas próprias promovam eventos desta natureza, ferindo leis como o Decreto 24.645/1934, a Lei 9.605/1998 de Crimes Ambientais e mesmo a Constituição Federal que em seu Art. 225, parágrafo primeiro, inciso VII (que veda as práticas que submetam animais à crueldade), por maiores que sejam os argumentos contrários, mas os lobbys (lucros) ou e a grita de aprovação por parte de parte da população parecem prevalecer. As autoridades legislativas e executivas moto proprio devem proibir por força de Lei Rodeios ou eventos similares (incluindo apresentação de animais em circos) como já fizeram algumas cidades paulistas. E se não o fizerem por iniciativa própria, que o façam por determinação judicial como também ocorreu em certas cidades.
 
Difícil aceitar que pessoas que se dizem contrárias aos maus-tratos, inclusive nos Rodeios, frequentem esses eventos sinistros, porque não importa se não vão às arenas de montaria mas apenas aos espetáculos e outras atrações da festa, como as musicais; quem vai às Festas de Peão ou Rodeios está a subsidiar e a manter a crueldade, mesmo que longe dos olhos. São coniventes e cúmplices, tanto do sofrimento quanto do desrespeito às leis de defesa aos animais.

Rodeios com montaria podem ser tradição; mas é bom lembrar que um dia jogar cristãos à arena foi tradição que causava delírio na multidão (a propósito, onde estão os Católicos Romanos que permitem o uso de um ícone Sagrado como Nossa Senhora Aparecida, evidente apelo emocional à religiosidade da platéia, nestes que são espetáculos pagãos e cruentos, em que não há a compaixão?) Os Rodeios são manifestações que, embora populares e lucrativas, não deixam de ser cruéis. Espera-se que chegue o dia em que o bom-senso vença os nossos primitivos instintos trabalhados por argumentos falhos. O sadismo não é algo sadio, e os rodeios nada mais são do que sessões de prazer motivado pela imposição do sofrimento a um ser vivo indefeso.


Este texto foi escrito por Richard Mathenhauer do blog "Urbi et Orbi"
Assino em baixo e faço minhas as palavras de Richard. 

Nenhum comentário: