sexta-feira, agosto 24, 2012

Para quem tem animais em casa. Renove seu sofá com criatividade e pouco dinheiro

Não vivo sem uma mantinha fofa... afinal tenho pets!!! Acho um charme... em patchwork ou um crochezinho eu amo!!! A manta indiana ficou bem bacana!

Confesso que não sou muito fã de capas, mas a em alguns casos não há como escapar.
Para quem que tem filhos pequenos ou animais de estimação em casa, a capa funciona muito bem.
Se o sofá ou poltrona ainda estiverem em bom estado, com uma capa bem feita confeccionada por um profissional competente, você pode adiar por um bom tempo a reforma e a troca do tecido dos seus estafados. Além de práticas ela é capaz de renovar a decoração.
O modelo abaixo encontrei em uma revista antiga - Simples e para quem sabe costurar em linha reta, dá para fazer sem problemas.
Vi essa ideia aqui
Neste outro reparem que há uma sobreposição de capas no sofá
Abaixo outra sobreposição com dois tecidos, idéia da IKEA
Um sofá detonado na sala acaba com a casa inteira. Mas se a grana estiver curta e não puder comprar um novo ou reformar, muitas vezes, uma boa limpeza resolve. E se não der para providenciar uma capa sob medida (fuja das capas prontas a qualquer custo), não se acanhe, use uma bonita colcha ou um tecido sobre seu sofá.
Mantas, tecidos, panôs, peças artesanais feitas com patchwork, crochê e tricô também são idéias para renovar o sofá antigo.

Nas fotos abaixo usei como base uma manta indiana de casal que deu para cobrir inteiramente o sofá. Neste caso, tomei bastante cuidado para respeitar a geometria do desenho do tecido. Com paciência, fui alisando, ajeitando até ficar como eu queria. Ficou tão bom que quase não dá para notar que não foi costurado. E o melhor é que mesmo quando sentamos a manta não escorrega e nem sai do lugar.
Experimentei sobrepor uma manta menor e percebi que assim também é possível criar diversas  variações para mudar o visual da sala; Com a manta, sem a manta, cobrir todo o sofá, ou apenas o assento já que as almofadas são soltas...Gostei do resultado e das possibilidades.

Lembram da poltroninha que achei no lixo?
Aqui apenas com uma colcha neutra
Então gostaram? Podem aproveitar as dicas para mudar a decoração da casa, sem gastar muito. E quem quiser me enviar as fotos do antes e depois da redecoração com capas eu vou amar publicar. 
http://casaspossiveis.blogspot.com.br

quarta-feira, agosto 22, 2012

O menestrel

Depois de Algum Tempo

Depois de algum tempo, você aprende a diferença, a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas. E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.

E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão. Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo. E aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam... E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la, por isso. Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.

Descobre que se levam anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante das quais se arrependerá pelo resto da vida. Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher. Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam, percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos.

Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa, por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos. Aprende que as circunstâncias e os ambientes tem influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos. Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser. Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto. Aprende que não importa onde já chegou, mas onde está indo, mas se você não sabe para onde está indo, qualquer lugar serve. Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados.

Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências. Aprende que paciência requer muita prática. Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se.

Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou. Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha. Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.

Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel. Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame, não significa que esse alguém não o ama, contudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.
Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo. Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado. Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte. Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás.

Portanto... plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores. E você aprende que realmente pode suportar... que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!"

- William Shakespeare

Cada um com sua bicicletinha.

Cada um na sua bicicletinha...

Certamente você já ouviu essa expressão algum dia na vida.
Podemos interpretar essa frase popular de diversas maneiras, eu particularmente tenho várias interpretações para esta mesma frase, depende realmente do meu estado de espírito a forma como vou entende-la.

Posso entender o uso dessa expressão como uma delicada forma de alguém me avisar que não costuma dividir nada que é seu com ninguém.

Mas a que predomina em minha maneira de ver e viver é a de que ouvir ou dizer para alguém "cada um na sua bicicletinha", significa que, dependendo da trilha que vamos passar, estaremos juntos, ora lado a lado, ora um mais adiantando que o outro, porém ambos  fazendo o mesmo esforço para chegar aonde queremos.

E que mesmo que decidamos nos separar em alguma parte da trilha, não haverá problema algum, pois ao partilhamos o tempo, a paisagem, as risadas, talvez algumas quedas, a paciencia de esperar em algumas paradas devido o cansaço de um dos dois ou o cansaço de ambos, o que mais importa é que, cada um vai para onde quiser, acumulando em seu coração momentos que não voltam e o que é melhor....sem brigas, porque cada um está com a sua própria bicicletinha.
O que eu quero dizer com tudo isso?
É simples...compartilhar o tempo, o amor, a amizade não necessariamente nos obriga a carregar o outro, pois a partir do momento que a ajuda oferecida se transforma em peso, perde-se o sentido de solidariedade.
CADA UM NA SUA BICICLETINHA...dessa forma, podemos dar muitas risadas, chorar se sentimos vontade e ir muito mais longe juntos.


sexta-feira, agosto 17, 2012

O medo: O maior gigante da alma.

Lindo texto que alguns dizem ser de Fernando Pessoa, mas o Texto é de outro Fernando, o Fernando Teixeira Andrade. Sensacional! Bom, pelo menos, eu achei :P :)
O medo: o maior gigante da alma
Fernando Teixeira Andrade

Para quem tem medo, e a nada se atreve, tudo é ousado e perigoso. É o medo que esteriliza nossos abraços e cancela nossos afetos; que proíbe nossos beijos e nos coloca sempre do lado de cá do muro. Esse medo que se enraíza no coração do homem impede-o de ver o mundo que se descortina para além do muro, como se o novo fosse sempre uma cilada, e o desconhecido tivesse sempre uma armadilha a ameaçar nossa ilusão de segurança e certeza.
O medo, já dizia Mira Y Lopes, é o grande gigante da alma, é a mais forte e mais atávica das nossas emoções. Somos educados para o medo, para o não-ousar e, no entanto, os grandes saltos que demos, no tempo e no espaço, na ciência e na arte, na vida e no amor, foram transgressões, e somente a coragem lúdica pode trazer o novo, e a paisagem vasta que se descortina além dos muros que erguemos dentro e fora de nós mesmos.
E se Cristo não tivesse ousado saber-se o Messias Prometido? E se Galileu Galilei tivesse se acovardado, diante das evidências que hoje aceitamos naturalmente? E se Freud tivesse se acovardado diante das profundezas do inconsciente? E se Picasso não tivesse se atrevido a distorcer as formas e a olhar como quem tivesse mil olhos? "A mente apavora o que não é mesmo velho", canta o poeta, expressando o choque do novo, o estranhamento do desconhecido.
Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.
*
Fernando Teixeira de Andrade, professor de Literatura do Colégio e Curso Pré-Vestibular do Objetivo, e escritor.

quarta-feira, agosto 01, 2012

Como nasceu a alegria.

Gente, amo muito esta história!

Você pode não acreditar, mas é verdade: muitos anos atrás a terra era um jardim maravilhoso. É que os anjos, ajudados pelos elefantes, regavam tudo, com regadores cheios de água que eles tiravam das nuvens. Esta era a sua primeira tarefa, todo dia. Se esquecessem, todas as plantas morreriam, secas, estorricadas... Para que isso não acontecesse, Deus chamou o galo e lhe disse:
- Galo, logo que o sol aparecer, bem cedinho, trate de cantar bem alto para que os anjos e os elefantes acordem...
E é por isto que, ainda hoje, os galos cantam de manhã...
Flores havia aos milhares. Todas eram lindas. Mas, infelizmente, todas elas eram igualmente vaidosas e cada uma pensava ser a mais bela.
E, exibindo as suas pétalas, umas para as outras, elas se perguntavam, sem parar:
- Não sou a mais linda de todas?
Até pareciam a madrasta da Branca de Neve. Por causa da vaidade, nenhuma delas ouvia o que as outras diziam e nem percebiam que todas eram igualmente belas.
Por isso, todas ficavam sem resposta.
E eram, assim, belas e infelizes.
No meio de tanta beleza infeliz, entretanto, certo dia uma coisa inesperada aconteceu. Uma florinha, que estava crescendo dentro de um botão, e que deveria ser igualmente bela e infeliz, cortou uma de suas pétalas num espinho, ao nascer. A florinha nem ligou e vivia muito feliz com sua pétala partida. Ela não doía. Era uma pétala macia. Era amiga.
Até que ela começou a notar que as outras flores a olhavam com olhos espantados. E percebeu, então, que era diferente.
- Por que é que as outras flores me olham assim, papai, com tanto espanto, olhos tão fixos na minha pétala...?
- Por que será? Que é que você acha?, perguntou o pai.
Na verdade, ele bem sabia de tudo. Mas ele não queria dizer. Queria que a florinha tivesse coragem para olhar para as vaidosas e amar a sua pétala.
- Acho que é porque eu sou meio esquisita..., a florinha respondeu.
E ela foi ficando triste, triste... Não por causa da sua pétala rachada, mas por causa dos olhos das outras flores.
- Já estou cansada de explicar. Eu nasci assim... Mas elas perguntam, perguntam, perguntam...
Até que ela chorou.
Coisa que nunca tinha acontecido com as flores belas e infelizes.
A terra levou um susto quando sentiu o pingo de uma lágrima quente, porque as outras flores não choravam.
E ela chamou a árvore e lhe contou baixinho:
- A florinha está chorando.
E a terra chorou também.
A árvore chamou os pássaros e lhes contou o que estava acontecendo. E, enquanto falava, foi murchando, esticando seus galhos num longo lamento, e continua a chorar até hoje, à beira dos rios e dos lagos, aquela árvore triste que tem o nome de chorão. E das pontas dos seus galhos correram as lágrimas que se transformaram num fiozinho de água...
Os pássaros voaram até as nuvens.
- Nuvens, a florinha está chorando.
E choraram lágrimas que se transformaram em pingos de chuva...
As nuvens choraram também, juntando-se aos pássaros numa chuva enorme, choro do céu.
As lágrimas das nuvens molharam as camisolas dos anjinhos que brincavam no céu macio. E quiseram saber o que estava acontecendo. E quando souberam que a florinha estava chorando, choraram também...
E Deus, que era uma flor, começou a chorar também.
E a sua dor foi tão grande que, devagarinho, como se fosse espinho, ela foi cortando uma de suas pétalas.
E Deus ficou tal e qual a florinha.
E aquele choro todo, da terra, das árvores, dos pássaros, dos anjos, de Deus, virou chuva, como nunca havia caído.
O sol, sempre amigo e brincalhão, não agüentou ver tanta tristeza. Chorou também. E a sua boca triste virou o arco-íris...
E as chuvas viraram rios e os rios viraram mares. Nos rios nasceram peixes pequenos. Nos mares apareceram os peixes grandes.
A florinha abriu os olhos e se espantou com todo aquele reboliço. Nunca pensou que fosse tão querida. E a sua tristeza foi virando, lá dentro, uma espécie de cócegas no coração, e sua boca se entortou para cima, num riso gostoso...
E foi então que aconteceu o milagre.
As flores belas e infelizes não tinham perfume, porque nunca riam. Quando a florinha sorriu, pela primeira vez, o perfume bom da flor apareceu. O perfume é o sorriso da flor.
E o perfume foi chamando bichos e mais bichos...
Vieram as abelhas... Vieram os beija-flores... Vieram as borboletas... Vieram as crianças. Um a um, beijaram a única flor perfumada, a flor que sabia sorrir. E sentiram, pela primeira vez, que a florinha, lá dentro do seu sorriso, era doce, virava mel...
Esta é a estória do nascimento da alegria.
De como a tristeza saiu do choro, do choro surgiu o riso e o riso virou perfume.
A florinha não se esqueceu de sua pétala partida. Só que, deste dia em diante, ela não mais sofria ao olhar para ela, mas a agradava, como boa amiga.
Quanto aos regadores dos anjos, nunca mais foram usados.
De vez em quando, olhando para as nuvens, a gente vê um deles, guardado lá dentro, já velho e coberto de teias de aranha... Enquanto a florinha de pétala partida estiver neste mundo, a chuva continuará a cair e o brinquedo de roda em volta do seu sorriso e do seu perfume não terá fim...             
                      (Rubem Alves)